O season finale da 9ª temporada de ER foi um daqueles momentos de televisão que toca qualquer pessoa pelo comovente retrato que fez da violenta guerra civil no Congo.
Para quem não viu, um breve resumo: ainda a recuperar-se da morte da avó e confuso sobre a sua relação com Abby (Maura Tierney), Carter (Noah Wyle) decide partir para África e juntar-se a Kovac (Goran Visnjic), que está a fazer voluntariado no Congo. Quando chega a Kisangani, tem à sua espera centenas de pacientes moribundos e condições de trabalho bem distantes daquelas que a que está habituado em Chicago.
Os olhos de Carter olhavam com espanto e tristeza para tudo o que se desenrolava à sua volta: crianças a morrerem com poliomielite, SIDA, malária. Era evidente a sua frustração quando viu que um menino ia morrer de tosse convulsa, quando um remédio de 10 dólares poderia salvar-lhe a vida... O Noah Wyle é um actor fabuloso. Via-se nos olhos de Carter a tristeza e a impotência que sentia, a compaixão e o carinho com que tratava daquelas pessoas…
O que mais gosto em ER são as cenas de trauma (gosto de House, mas sinto falta do tumulto das urgências…). As macas a entrarem hospital adentro, a confusão de médicos e enfermeiros a gritarem, muito sangue, o chiar irritante dos monitores… Mas poucas vezes uma cena me impressionou tanto como a cena de amputação deste episódio. Numa tenda mal iluminada, Luka e Carter tentavam serrar (isso mesmo, com um serrote…), o que sobrava da perna de uma miúda que tinha pisado uma mina enquanto os guerrilheiros invadiam e disparavam por todos os lados…
Gostei muito da conversa entre Luka e Carter sobre a guerra. O croata argumentava que os americanos não sabem o que é a guerra porque as travam sempre em território inimigo. Carter lembrou os soldados que morreram no Iraque. E Kovac rematou: “Yeah, but your children don’t starve to death and your women aren’t raped…”.
Se eu fosse aqui dissertar sobre a guerra do Iraque não saía daqui hoje, mas acho muito corajoso uma série de um canal mainstream como a NBC afirmar de forma tão vincada a sua oposição ao conflito no Iraque.
Já deu para reparar que eu adoro esta série? O meu sonho era ser médica e fazer uma daquelas toracotomias de emergência! Felizmente, tive o bom senso de perceber que as ciências não eram o meu forte. O meu pai ficou desiludido, mas acho que os meus possíveis pacientes agradecem!
Na verdade, acho que foi a ver ER que eu me apercebi que não me conseguia decidir entre homens e mulheres:P Quem não se lembra do Dr. Ross, o pediatra mais sexy da TV (George Clooney)? E embora eu tivesse um fraquinho pelo Carter, sempre achei a Dra Susan Lewis (Sherry Stringfield) e a enfermeira Carol (Julianna Margulies) dois pedaços de mau caminho…
2 comentários:
Ai George, dava-te umas voltas, dava...
Ó sua bicha descarada, vai rebarbar pra outro canto que isto é um espaço familiar:P "Dêem-se ao respeito!" (Lembras-te?)
Vou morrer de saudades tuas, love de minha vida!