Singularidades de uma rapariga loura

Quando eu era miúda, previa que aos 24 anos já seria uma senhora casada e com filhos. A minha avó inchava-se de orgulho e insistia que o filho do vizinho era um bom partido.

Hoje, não faço questão de casar. Mas quero ter filhos. Não com o filho do vizinho, obviamente. A minha avó acha que eu estou possuída e que vou morrer no purgatório.

Os meus avós maternos são monárquicos. Quando eu nasci, nesta data infame, o meu avô torceu o nariz "Esta criança vai ser problemática!". A minha avó deve-se ter benzido.

A minha mãe conta-me os horrores de um parto de 36 horas. "Mas valeu a pena, filha. Vieste tu". E o meu pai diz-me que foi o dia mais feliz da vida dele. ("Mas não digas nada ao teu irmão: gosto dos dois da mesma forma, mas eu sempre quis uma menina!")

E hoje queria mesmo dar-lhes um abraço.