Idílio
2/17/2008 09:48:00 da tarde | Author: Isa
Sexta à tarde, finalmente o fim de semana! Ela liga-me, "Ainda demoras muito a chegar a casa? Queria enviar-te uma coisa...".

Ainda passei pelo supermercado e quando chego à porta do prédio, páro. Sentada nas escadas, ela sorri-me.
Aproximei-me, pousei os sacos com cuidado e deixei aqueles braços enrolarem-se em mim. É do que mais sinto falta: dos abraços silenciosos ao fim da tarde, no nosso café.

"Não acredito...", sorri contra o pescoço dela, respirando-a, absorvendo-a só para mim.
Beijou-me o rosto e olhou-me com aquele olhar que me desgraça, depois fez sinal para o porteiro "Não me deixou entrar... A ideia era esperar-te lá dentro".
Abri-lhe a porta, o coração a arder-me no peito, as mãos húmidas. Ela deixa-me assim.

E o tempo que passa rápido demais! Tudo se resume à respiração dela na minha pele, às mãos dela no meu cabelo, à forma como na sua boca, o meu nome soa elegante e requintado.

Ela acena-me adeus, as portas fecham-se e eu volto a fechar-me em mim, em nós. Mas não é um silêncio assombroso. Sinto-me a irradiar, a pele em formigueiro, o sangue que se arrasta pesado nas veias. Eu amo.
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