It's been so lonely without you here...
Enfiou a chave na fechadura, arfando da subida, a sala estava iluminada. Seria ladrão? Ou bem a nova empregada esquecera de fechar a luz?
Entrou de mansinho e a viu dormida numa cadeira, os cabelos longos espalhados nos ombros. Depois de lavados e penteados tinham-se transformado em cabeleira solta, negra, encaracolada. Vestia trapos mas limpos, certamente os da trouxa. Um rasgão na saia mostrava um pedaço de coxa cor de canela, os seios subiam e desciam levemente ao ritmo do sono, o rosto sorridente.
"Meu Deus!"- Nacib ficou parado sem acreditar. A espiá-la, num espanto sem limites, como tanta boniteza se escondera sob a poeira dos caminhos? Caído o braço roliço, o rosto moreno sorrindo no sono, ali, adormecida na cadeira, parecia um quadro. Quantos anos teria? Corpo de mulher jovem, feições de menina.
"Meu Deus, que coisa!" - murmurou o árabe quase devotamente.
AMADO, Jorge in Gabriela, Cravo e Canela.
Entrou de mansinho e a viu dormida numa cadeira, os cabelos longos espalhados nos ombros. Depois de lavados e penteados tinham-se transformado em cabeleira solta, negra, encaracolada. Vestia trapos mas limpos, certamente os da trouxa. Um rasgão na saia mostrava um pedaço de coxa cor de canela, os seios subiam e desciam levemente ao ritmo do sono, o rosto sorridente.
"Meu Deus!"- Nacib ficou parado sem acreditar. A espiá-la, num espanto sem limites, como tanta boniteza se escondera sob a poeira dos caminhos? Caído o braço roliço, o rosto moreno sorrindo no sono, ali, adormecida na cadeira, parecia um quadro. Quantos anos teria? Corpo de mulher jovem, feições de menina.
"Meu Deus, que coisa!" - murmurou o árabe quase devotamente.
AMADO, Jorge in Gabriela, Cravo e Canela.
Hoje o dia acordou bem. Tempinho de merda, as usual, mas eu acordei bem. Fiquei umas duas horas na cama só a ouvir a chuva, embalada. Falei com mum&dad enquanto enfardava Clusters (os esquilos deles são mais simpáticos), arranjei as sobrancelhas, as unhas. Sim, sou fútil.
Saí da cama, tomei duche. Olhei-me ao espelho e pensei:
"Eh pá, hoje tou mesmo boa!"
...
Depois aproximei-me, olhei bem para as minhas olheiras e "Da-ssse". (Mas assim de longe ainda passo por comestível).
Com tempo traiçoeiro, acabei perdida num beco qualquer numa loja de discos antigos. As paredes forradas com capas de vinis e fotos autografadas pelo McCartney. (Que é o meu Beatle de eleição). Fiquei logo tentada a acabar a minha colecção da Nina Simone, mas fui sensata. Eu não tenho onde os tocar, terei de continuar a colecção em CD. E estava bem, a minha pele absorvia aquela música. Eu estava bem.
E começa-me a tocar a Amália. A nossa Amália. "Estranha forma de vida". Reparei que os tipos que estavam ao meu lado suspenderam a conversa uns segundos, a admirarem a voz. E eu arrepiada. Eu, perdida em Londres, perdida na vida e "se não sabes onde vais, por que teimas em correr?". E pronto.
Tenho chorado tanto que na mínima suspeita de lágrima, os meus olhos ardem-me como brasas e o nó na garganta aperta-se até que saiam os primeiros soluços. Detesto chorar em público. É uma coisa tão íntima. Mas chorei. De tristeza, de saudade, por remorsos, por amar. Durante uns minutos achei que não ia conseguir parar de chorar.
O dono da loja veio-me perguntar se me estava a sentir bem. Senti-me tão envergonhada. Peguei no raio do CD e dei vinte e tal libras por uma versão importada do "Melhor de Amália Rodrigues" que, por acaso, já tenho.
Isto sou eu.
Saí da cama, tomei duche. Olhei-me ao espelho e pensei:
"Eh pá, hoje tou mesmo boa!"
...
Depois aproximei-me, olhei bem para as minhas olheiras e "Da-ssse". (Mas assim de longe ainda passo por comestível).
Com tempo traiçoeiro, acabei perdida num beco qualquer numa loja de discos antigos. As paredes forradas com capas de vinis e fotos autografadas pelo McCartney. (Que é o meu Beatle de eleição). Fiquei logo tentada a acabar a minha colecção da Nina Simone, mas fui sensata. Eu não tenho onde os tocar, terei de continuar a colecção em CD. E estava bem, a minha pele absorvia aquela música. Eu estava bem.
E começa-me a tocar a Amália. A nossa Amália. "Estranha forma de vida". Reparei que os tipos que estavam ao meu lado suspenderam a conversa uns segundos, a admirarem a voz. E eu arrepiada. Eu, perdida em Londres, perdida na vida e "se não sabes onde vais, por que teimas em correr?". E pronto.
Tenho chorado tanto que na mínima suspeita de lágrima, os meus olhos ardem-me como brasas e o nó na garganta aperta-se até que saiam os primeiros soluços. Detesto chorar em público. É uma coisa tão íntima. Mas chorei. De tristeza, de saudade, por remorsos, por amar. Durante uns minutos achei que não ia conseguir parar de chorar.
O dono da loja veio-me perguntar se me estava a sentir bem. Senti-me tão envergonhada. Peguei no raio do CD e dei vinte e tal libras por uma versão importada do "Melhor de Amália Rodrigues" que, por acaso, já tenho.
Isto sou eu.
Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim: completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho, eu não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa
Mas não tem revolta não
Eu só quero que você se encontre
Saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim, eu tenho sim
Não tem desespero não,
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim: completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho, eu não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa
Mas não tem revolta não
Eu só quero que você se encontre
Saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim, eu tenho sim
Não tem desespero não,
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
1 - Seduz a presa. Fá-la sentir como se fosse o epicentro de tudo.
2 - Diagnostica-lhe as fraquezas, os pontos fracos: ser-te-ão úteis mais tarde.
3 - Apodera-te das suas emoções, rouba-lhe os pensamentos.
4 - Fá-la acreditar que sem ti, nada é possível.
5 - E quando realmente lhe fores necessária como o ar, aponta a espada bem ao meio. Num golpe seco e decidido, trespassa-a lentamente, desviando a lâmina para o lado esquerdo.
6 - Deixa-a.
2 - Diagnostica-lhe as fraquezas, os pontos fracos: ser-te-ão úteis mais tarde.
3 - Apodera-te das suas emoções, rouba-lhe os pensamentos.
4 - Fá-la acreditar que sem ti, nada é possível.
5 - E quando realmente lhe fores necessária como o ar, aponta a espada bem ao meio. Num golpe seco e decidido, trespassa-a lentamente, desviando a lâmina para o lado esquerdo.
6 - Deixa-a.