Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei, eu te estranhei Me debrucei sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos Nos teus pêlos, teu pijama Nos teus pés ao pé da cama Sem carinho, sem coberta No tapete atrás da porta Reclamei baixinho Dei pra maldizer o nosso lar Pra sujar teu nome, te humilhar E me vingar a qualquer preço Te adorando pelo avesso Pra mostrar que ainda sou tua
Nunca tinha pedido ninguém em namoro, formalmente. "Queres ser minha namorada?" foi o melhor que consegui arranjar e apesar de não ter primado pela eloquência, ela disse que queria.
No meio destas duas datas, parece que passou uma vida inteira.
Com ela tudo é leve, sem ela é insuportável. Com ela os meus 'planos para o futuro' eram o horizonte, agora parece que ando às voltas de nem sei bem o quê.
Se estivesses aqui comigo, voltava a fazer-te a mesma pergunta.
Hoje passou por mim uma mulher com o perfume dela.
Lembrei-me das primeiras vezes que saímos, em que apenas a maneira como ela me olhava me deixava sem ar, as palmas das mãos suadas. Aqueles olhos sem maldade que nunca escondiam nada...